Fatores de risco para o câncer de mama
Quais os fatores de risco para o câncer de mama? Todas as mulheres que desenvolvem esta doença apresentam fatores de risco? Existem fatores que podem ser modificados para prevenção?
Nem todas as mulheres que desenvolveram câncer de mama apresentaram fatores de risco conhecidos. O que já se sabe é que as mulheres que possuem certos fatores de risco apresentam uma chance maior de desenvolverem a doença do que a população em geral.
Por isso, ao conhecer estes fatores, podemos diminuir as chances de desenvolver a doença. Claro, existem aqueles que não podem ser modificados como, por exemplo, a idade e o sexo, mas outros são possíveis de modificar para prevenção contra a doença.
Fatores de risco para o câncer de mama que não podem ser alterados
Os principais fatores que não podem ser modificados são o gênero, 99% dos casos de câncer de mama são em mulheres e a idade. Mulheres com menos de 40 anos são menos de 5% dos casos diagnosticados de câncer de mama, enquanto 70% de todos os casos são em mulheres com mais de 50 anos.
Depois do gênero e idade esses são os outros fatores de risco que não podem ser modificados:
Raça
Mulheres brancas têm mais probabilidade de serem diagnosticadas com câncer de mama do que as mulheres negras. Mas, mulheres negras têm mais chance de morrerem de câncer de mama do que as brancas. Por isso é muito importante que mulheres negras também façam prevenção correta.
Mulheres de ascendência asiática, hispânica ou indiana têm menor risco de desenvolver a doença do que as brancas e negras.
Histórico pessoal
Se a mulher teve câncer em uma das mamas, o risco é maior dela desenvolver na outra mama.
Histórico familiar
Mulheres que têm familiares que tiveram câncer de mama têm um risco maior de desenvolver a doença, principalmente se foi um parente de primeiro grau. O risco aumenta se a mulher tiver vários parentes de primeiro grau que desenvolveram a doença ou se um parente de primeiro grau desenvolveu a doença com pouca idade ou nos dois seios.
Pacientes com parentes que tiveram câncer de mama e ovário normalmente são recomendados a procurar aconselhamento genético para análise dos riscos.
Fatores de risco genéticos para o câncer de mama
Mulheres com mutação genética herdade (BRCA 1 e 2) têm um risco muito maior de desenvolver o câncer de mama, e representam quase 10% dos casos.
Na maioria das mulheres os genes BRCA 1 e 2 funcionam normalmente ajudando a prevenir o câncer de mama, controlando o crescimento celular. Nas que possuem mutação, eles não conseguem controlar o crescimento celular.
Como são genes passados dos pais, é possível que a mutação genética seja transmitida da mãe ou do pai. Para ter uma idéia, mulheres com esta mutação têm chance de 85% de desenvolverem câncer de mama após 70 anos.
Radiação
Exposição à altas doses de radiação no peito, principalmente durante a infância, aumentam o risco da mulher desenvolver câncer de mama. Normalmente essa radiação é realizada na terapia de linfoma de Hodgkin.
Exposição ao dietilestilbestrol (DES)
Nos anos 50 e 60, milhares de mulheres tomaram o dietilestilbestrol (DES), um estrogênio para prevenir complicações na gravidez. As filhas destas mulheres desenvolveram câncer vaginal e cervical em taxa mais alta que o normal, e após estudos descobriram ser culpa do DES.
Devido à exposição a este estrogênio adicional, as mulheres que ficaram expostas ao DES no útero, também apresentam risco maior de desenvolver câncer de mama, principalmente após os 40 anos.
Idade da menstruação afeta o câncer de mama
Quanto mais tempo a mulher é exposta ao estrogênio e progesterona durante sua vida, maior o risco de desenvolver câncer de mama. Acredita-se que se a mulher começa a menstruação antes dos 12 anos, tem um risco ligeiramente maior das que menstruam após esta idade.
Idade do primeiro parto
Observou-se que mulheres que tiveram o primeiro filho depois dos 29 anos ou que não tiveram filhos, têm um risco ligeiramente maior de desenvolver câncer de mama, do que as que tiveram filhos antes dos 29. Acredita-se que a mudança nos seios durante a gestação podem ter efeitos protetores contra o desenvolvimento do câncer, principalmente nas mulheres que amamentam.
O contrário é verdadeiro para mulheres com histórico familiar de câncer, elas têm menor risco se não tiverem filhos ou tiverem após 29 anos.
Idade da menopausa
Mulheres que passaram pela menopause depois dos 54 anos têm um risco ligeiramente maior do que as que entraram antes dos 54. Isso pode estar relacionado à alta exposição ao estrogênio e progesterona durante sua vida (mesmo caso da menstruação).
Hiperplasia atípica
Mulheres com hiperplasia atípica têm mais chance de desenvolver câncer de mama. Ela é uma condição pré-cancerosa, embora seja uma doença benigna, podendo se tornar maligna dependendo de outros fatores de risco associados.
Densidade mamária
Estudos demonstraram que maior densidade mamária está relacionada ao aumento do risco de câncer de mama. Ainda estão sendo feitos estudos para determinar se esta densidade pode ser modificada alterando hormônios e dieta. Um remédio que monstrou reduzir a densidade foi o tamoxifeno.
Nível de estradiol sérico
Estradiol é a forma predominamte do estrogênio que circula no corpo, quando falamos do sérico estamos nos referindo à quantidade de estradiol no sangue.
Nas mulheres pós-menopausa os níveis mais altos de hormônios no sangue foram associados ao maior risco de câncer de mama.
Fatores de risco para o câncer de mama que podem ser alterados
Obesidade
Estudos mostraram relação direta entre obesidade e aumento do risco do câncer de mama pós-menopausa. A alta quantidade de tecido adiposo, aumenta o nível de estrogênio na mulher, consequentemente aumentando o risco de câncer. Por isso é importante controlar o peso, principalmente na após menopausa.
Atividade física para o câncer de mama
O exercício físico ao longo da vida de uma mulher reduz o risco de câncer de mama, independentemente do seu peso. Além disso ajuda a manter o peso corporal saudável.
Consumo de bebida alcoólica
O consumo de álcool está diretamente relacionado ao aumento do risco de câncer de mama. Mulheres que consomem pelo menos três bebidas alcoólicas por dia, têm maior risco de desenvolver câncer do que mulheres que não bebem.
Acredita-se que o álcool pode aumentar os níveis hormonais na mulher, pois os níveis de estrogênio no sangue aumentam de acordo com a quantidade de álcool consumida. Principalmente em mulheres pós-menopausa, quando o corpo produz pouco estrogênio, o álcool causa um aumento irregular nos níveis deste hormônio.
Terapia de reposição hormonal
Um estudo mostrou que mulheres que faziam reposição hormonal de estrogênio e progestina, tiveram um risco 26% maior de desenvolverem câncer de mama após quatro a cinco anos de terapia, em comparação com uma mulher comum. Isso está relacionado com a evidência de que os hormônios externos aumentam a exposição ao estrogênio durante a vida da mulher, aumentando também o risco de câncer de mama.
Amamentação
Estudos realizados mostraram que a amamentação reduz o risco de câncer de mama na mulher, quanto mais tempo de amamentação, menor o risco. O recomendado para obter o benefício é amamentar o bebê por, pelos menos, 12 meses.
Fatores de risco para câncer de mama que ainda precisam de mais estudos
- Contraceptivos orais – ainda estão sendo realizados estudos para decidir sobre o risco dos anticoncepcionais para o câncer de mama. Acredita-se que ele aumenta ligeiramente o risco, principalmente para mulheres que tomaram por mais de 12 anos.
- Poluentes ambientais – estudos mostraram que pesticidas e outros poluentes ambientais podem aumentar o risco do câncer de mama.
- Cigarro – já se sabe que o tabagismo aumenta o risco de doenças cardíacas e câncer de pulmão, apesar de ainda não existir ligação direta entre cigarro e câncer de mama, alguns estudos mostraram que mulheres que foram expostas ao fumo passivo ou ativo, tiveram um aumento no risco de desenvolver a doença, por isso o tabagismo não é recomendado.
- Dieta rica em gordura – acredita-se que a dieta rica em gordura aumenta o risco de câncer de mama, mas ainda não existe uma ligação clara entre os dois, como acontece nas doenças cardíacas.