O que é o efeito placebo?
O que é o efeito placebo? Ele funciona mesmo ou é mentira? Quando os placebos são utilizados? Neste post falaremos um pouco sobre a pílula fictícia que é o placebo, como ele atua nas pesquisas e como pode influenciar no tratamento das pessoas.
O que é o placebo?
O placebo é uma pílula fictícia, pois contém uma substância inativa no formato de comprimido, cápsula ou outra forma de dosagem. Ele não tem ação farmacológica, pois não contém fármaco ativo.
Normalmente são pílulas ou líquidos com amido, açúcar e até soro fisiológico.
São muito utilizados nos ensaios clínicos para que os pesquisadores possam avaliar melhor o efeito global do medicamento experimental que está sendo estudado. Nesses ensaios, uma parte dos pacientes recebem placebo enquanto outra parte recebe o fármaco experimental.
Nenhum dos grupos sabe o que tomou. Nem mesmos os pesquisadores sabem quais pacientes receberam o medicamento e quais receberam o placebo.
Esses estudos são chamados de duplo-cego ou placebo-controlado, e é o tipo de estudo mais confiável para investigar medicamentos experimentais. Eles permitem eliminar qualquer parcialidade que possa ocorrer se o pesquisador ou o paciente souberem quem recebeu qual tratamento.
O pesquisador, por exemplo, poderia influenciar nos resultados se soubesse quais pacientes receberam o medicamento experimental que ele quer aprovar.
Para o medicamento ser aprovado como tratamento válido, ele precisa ser mais eficaz estatisticamente do que o placebo. Além disso, o placebo permite investigar os efeitos colaterais que possam ocorrer no tratamento.
Mas nem todos os ensaios clínicos podem ter grupo placebo, como no caso de medicamentos para câncer. Pois seria antiético deixar o câncer do paciente se espalhar sem tratamento. Nesses casos os medicamentos experimentais são comparados com tratamentos que já são aprovados pelas instituições de saúde.
Mas então o que é o efeito placebo?
Pesquisas mostraram que o tratamento com placebo pode ter efeito terapêutico positivo em um paciente, mesmo que a pílula não contenha fármaco ativo. Esse é o chamado efeito placebo.
Os estudos diferem quanto à eficácia do efeito placedo como efeito terapêutico, mas muitos estudos mostraram um efeito positivo.
Um fato com o médico Henry Beecher na Segunda Guerra Mundial mostrou como funciona esse efeito. Ele aplicou salina em alguns soldados que precisavam de morfina, pois não havia morfina suficiente. A solução pareceu funcionar, os soldados se acalmavam e a dor diminuía. Não diminuia tanto como diminuiria com morfina real, mas, ainda assim, o suficiente para que o médico pudesse realizar alguns procedimentos.
Existem outros estudos relacionados ao efeito placebo que mostraram efeito positivo, até mesmo quando o paciente sabia que estava recebendo placebo, tratamentos conhecidos como placebo “honesto” ou “aberto” (mesmo cientes que estão tomando placebo, pacientes melhoram sintomas; tratamento placebo aberto para câncer reduz fadiga).
O que ainda é controverso é se o tratamento com placebo é ético ou não. Isso porque em alguns casos o médico teria que enganar o paciente e o placebo não estaria curando nada. Além disso, o efeito não é o mesmo para todas as pessoas e ao utilizar placebos, o médico pode estar atrasando ou impedindo o diagnóstico e tratamento de condições mais sérias.